quarta-feira, 31 de julho de 2013

Soneto 7

Monarca, a borboleta, vai mudando,
queixando-se da vida passageira...
E em queixumes não vive a vida inteira
o homem a sua morte tateando?

Não vês que a vida é jogo desertando
constantemente a sorte, de maneira
que a Parca deusa, a vida costumeira
bordando, o fado vai nos destinando?

A morte, meus irmãos, é coisa certa,
quer para o valoroso ou parco humano,
ou para a consciência que em nós fez-se.

Portanto, a vida nossa que deserta
é do comum efeito do ano e ano
que passa pela gente como a messe.

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