quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Outro soneto...


À Dinamene, amante que Camões perdeu, sem despedida, no famoso naufrágio, e dedicou-lhe alguns dos melhores sonetos da língua portuguesa.

Tua alma foi partindo em despedida,
a chuva e o trovão te condenando,
a maré, que revolta, te abraçando,
fez trágico o destino teu em vida.

Tua sina em silêncio sucumbida,
fez com que o mar revolto, te levando,
fosse a última casa em vida estando;
e ao vate foste a morte mais dorida!

Se acaso, Dinamene, recebeste
Camões no etéreo assento onde subiste,
feliz estou por vós e vosso amante.

Mas se o tal Paraíso não existe,
e nem estás com Deus, o Rei celeste,*
então durma em silêncio mui constante!

* variação do 13° verso: e nem estás co o Grande Rei celeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário