À Dinamene, amante que Camões perdeu, sem despedida, no famoso naufrágio, e dedicou-lhe alguns dos melhores sonetos da língua portuguesa.
Tua alma foi partindo em despedida,
a chuva e o trovão te condenando,
a maré, que revolta, te abraçando,
fez trágico o destino teu em vida.
Tua sina em silêncio sucumbida,
fez com que o mar revolto, te levando,
fosse a última casa em vida estando;
e ao vate foste a morte mais dorida!
Se acaso, Dinamene, recebeste
Camões no etéreo assento onde subiste,
feliz estou por vós e vosso amante.
Mas se o tal Paraíso não existe,
e nem estás com Deus, o Rei celeste,*
então durma em silêncio mui constante!
* variação do 13° verso: e nem estás co o Grande Rei celeste
* variação do 13° verso: e nem estás co o Grande Rei celeste
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