Soneto bucólico...
O campo esverdeado, a bela serra
e a imensidão das águas que é coberta
pelo céu estrelado, coisa aberta,
que dá sentido à vida e à nossa Terra...
A neve mostra o claro (o céu não erra!),
mesmo o infinito escuro que se oferta,
tem consigo a brancura bem desperta
que o mundo em paz converte e por quem berra!
Ditosas águas vão, aqui, passando
enquanto eu vou pedindo a primavera
para, co ela, colher frutos e flores...
Que harmonioso aroma que nascera
da benigna união, da qual estando
mudado os tempos, mudam-se os amores!
Soneto em homenagem à Dinamene, amante de Camões...
Tua alma foi partindo em despedida,
a chuva e o trovão te condenando,
a maré, que revolta, te abraçando,
fez trágico o destino teu em vida.
Tua sina em silêncio sucumbida,
fez com que o mar revolto, te levando,
foste a última casa em vida estando;
e ao vate foste a morte mais dorida!
Se acaso, Dinamene, recebeste
Camões no etéreo assento onde subiste,
feliz estou por vós e vosso amante.
Mas se o tal Paraíso não existe,
e nem estás co o Grande Rei celeste,
então durma em silêncio mui constante!
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