terça-feira, 12 de março de 2013

Quarto soneto, após as leituras de Mênon e Górgias


– De ti, ó Sócrates, não cai um pranto
mesmo quando estás prestes a ser morto!
Não te causa algum dano ou desconforto
saberes que teus filhos choram tanto?

– Dos fatos temo mais causar espanto,
no povo dessa Atenas, que o conforto
levou ao meu comportamento absorto!
E hoje sábio sou, e triste santo...

– É triste o vosso olhar perante a gente,
com mais de dous mil anos concebidos
que nunca realizaram-se na vida!

– Mas como eu poderia ser contente,
se os homens, na indolência, têm vividos
as causas da injustiça instituída?

2 comentários:

  1. Obra de mestre, meus parabéns!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que honra receber de ti um elogio, John!
      Agradeço por ter aparecido por aqui.
      Grande abraço!

      Excluir